quarta-feira, 18 de maio de 2011

Se Beber, Não Case II | Visita ao set e entrevista com o elenco e o diretor

Sigilo era a palavra de ordem na visita ao set de Se Beber, Não Case! Parte II. Tudo o que víamos por lá - nos estúdios da Warner Bros., antes da produção viajar para as locações na Tailândia - era pedido que não publicássemos, e os detalhes sobre o filme em si eram poucos. Hoje a trama está muito bem exposta no trailer e nos comerciais, mas, quando estivemos no set, a única certeza era que o trio de Se Beber, Não Case! passaria por outra ressaca, agora em Bangcoc.

O estúdio estava decorado para parecer um apartamento tailandês em péssimo estado de conservação. Ed Helms corria para lá e para cá só de cueca e com uma tatuagem na cara, Zach Galifianakis estava com a cabeça raspada e Bradley Cooper lutava com uma macaca.

Sentamos na frente de uns monitores e assistimos ao trio acordando e descobrindo que o inferno se instalou na Terra mais uma vez. Acusações são disparadas a torto e a direito sobre o culpado, e então aparece em cena a macaca de jaqueta. Conforme os jornalistas assistiam às cenas, eu pude sentir uma atmosfera familiar quando ouvi um bebê no estúdio e o cachorro do diretor Todd Phillips por ali, livre para ir onde bem quisesse, menos em frente às câmeras.

Mas o principal é que ninguém podia falar muita coisa, e isso continuou durante nossa primeira entrevista, com Ed Helms e Bradley Cooper.

Vocês ousam mais com essa sequência?

Ed Helms: Ao invés de apenas aumentar as expectativas e dizer que estamos aumentando as apostas, acho que temos algumas surpresas criativas e divertidas, além de reviravoltas naquilo que as pessoas estão esperando.

Vocês podem descrever a cena que estavam filmando?

Bradley Cooper: Vocês chegaram e assistiram ao primeiro dia, em que estamos acordando, onde tudo começa no filme. Como vocês podem ver, temos uma nova amiga. [ele se refere a Crystal, a macaca]

EH: E estamos em um cenário bem menos opulento.

BC: Exatamente o oposto de onde acordamos há dois anos.

Podem nos dizer como chegaram a esse estado?

BC: Absolutamente não.

EH: Como chegamos na Tailândia? Eu não sei se podemos dar o motivo específico...

BC: De avião.

EH: Eu posso dizer que temos um motivo legítimo para ir à Tailândia.

Eu achei que talvez vocês não soubessem como chegaram na Tailândia.

BC: Bem, nós acordamos em um lugar onde não sabemos como chegamos, mas isso não significa que não sabíamos que estávamos na Tailândia.

Vocês se separam do personagem de Justin Bartha de novo?

BC: Não podemos dizer isso.

E Ken Jeog está de volta.

EH: Sim, o fabuloso Mr. Chow voltará.

Ele fica pelado novamente? Mais alguém vai ficar pelado?

EH: Mais do que isso? [Helms está usando apenas uma cueca e um roupão] Eu tenho que manter as moças interessadas. Só posso dizer "deixem as espectativas na porta, senhoras e senhores". Odeio essa frase, mas ela meio que se aplica aqui.

BC: Não posso dizer se Mr. Chow fica pelado, mas posso definitvamente dizer que nós quatro estamos no filme e que alguns personagens estarão de volta.

EH: Estou ansioso para ter insolação e parasitas quando formos para a Tailândia.

BC: Assino embaixo.

EH: Eu já fui para a Indonésia, mas nunca estive na Tailândia. Ouvi dizer que as pessoas são adoráveis, a comida é ótima e que o calor e a umidade são letais. Veremos. Espero emagrecer bastante e ficar bem bronzeado.

Quanto tempo vocês ficarão lá?

EH: Dois meses.

Falem um pouco sobre o sucesso do primeiro filme e o que vocês esperam do segundo.

BC: A Warner Bros. queria fazer uma sequência antes do primeiro filme ter saído, então já tínhamos isso em mente antes mesmo de seu lançamento. A gente torcia pra dar certo porque queríamos fazer a sequência, mas o interesse real deles começou depois da estreia. Claro que nunca poderíamos ter imaginado o sucesso que o filme teve, mas nós sentávamos no Ceaser's Palace para jantar depois das filmagens e dizíamos ", caras, isso aqui é muito bom e é diferente ao mesmo tempo".

EH: Nunca dá pra prever o tipo de reação que um filme vai receber, mas tínhamos confiança de que estávamos fazendo algo que gostávamos e achávamos engraçado. Se as outras pessoas também achassem engraçado, pronto. Posso dizer honestamente que, depois de algumas semanas filmando esta continuação, eu me sinto como no primeiro filme. Estou rindo muito.

BC: Eu também.

Já estão considerando fazer um terceiro?

EH: Na verdade, nós já estamos falando sobre o quarto e quinto. Pulamos o terceiro. Que eu saiba, ninguém tinha falado nada até você mencionar isso.

Vocês puderam dar opiniões durante o desenvolvivento desse roteiro?

BC: Sim, Todd esteve bem aberto, deixava a gente contribuir conforme as coisas foram acontecendo. A evolução do segundo roteiro foi bem diferente do primeiro, mas ambos foram colaborativos.

EH: Verdade. Até mesmo quando já estamos em produção podemos mudar coisas para melhorar o filme.

BC: É um processo bem orgânico e as coisas vão mudando durante o dia.

Qual a diferença entre trabalhar com um tigre e com uma macaca?

BC: O tigre é mais perigoso.

EH: Com o tigre você sempre está no limite, tem sempre que manter distância. O macaco é bem menos ameaçador, então acabamos ficando mais relaxados e acho que isso tornou tudo bem mais arriscado.

BC: Nós também ficamos bem mais confortável com o tigre conforme o tempo passou. Começaram dizendo pra gente manter uma distância de 20 metros e no final ela já estava andando no meio das mesas do buffet.

EH: A macaca - na verdade, o nome dela é Crystal - era linda, adorável e bem treinada.

Ela vai com vocês para a Tailândia?

EH: Se conseguirmos tirar o visto dela...

Quem precisa fazer mais tomadas: Crystal ou Zach Galifianakis?

BC: Essa é uma pergunta para o Zach.

Quanto tempo se passa para os personagens desde a última viagem?

EH: Não fica claro, mas eu acho que está implícito que estamos em uma linha temporal real. Em outras palavras; o tempo real entre os filmes é o mesmo tempo que se passou para os personagens dentro do filme.

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Depois que os atores voltaram ao cenário para mais uma rodada de takes, Helms e Cooper retornam com Phillips e Galifianakis.

A cena que acabamos de ver parece muito com o início do primeiro filme. Você diria que isso está certo?

Todd Phillips: Não. Parece como? Que está no mesmo tom?

Pelo fato de eles estarem acordando sem saber onde estão.

TP: Ah, sim, essa é uma interpretação. Vocês estão aqui para um momento crucial em Se Beber, Não Case! Parte II.

Pode falar um pouco sobre este cenário aqui? Sabemos que estamos em Bangcoc, mas é um prédio industrial?

TP: É meio que um hotel largado em Bangcoc, no bairro chinês, onde eles acabam acordando. Eles chegaram aqui na noite anterior, tarde da noite, meio que só pra descansar. Mr. Chow tem um papel nesse filme; é um importante motivo para eles estarem aqui. Então tudo é meio que explicado. Eu sei que é difícil fazer essas entrevistas antes da hora e sei que esses caras [os atores] também têm dificuldade porque grande parte do humor vem das surpresas. Então não é que estamos tentando manter tudo como um segredo nacional, mas estamos tentando manter a diversão e as surpresas como no primeiro filme. Acaba sendo um pouco difícil responder perguntas específicas, porque a magia do filme está nas surpresas.

Você sente mais dificuldade com isso do que no primeiro filme? Já teve algum filme em que você teve que lidar com esse nível de expectativa?

TP: Pessoalmente, não. Essa é minha primeira sequência e Se Beber, Não Case! fez tanto sucesso no mundo todo que é claro que agora eu gostaria de manter o segredo. De uma maneira estranha, manter o segredo em comédias é mais importante do que em outros filmes. O engraçado de ver Mr. Chow pulando do porta-malas no primeiro filme foi a surpresa; se tivéssemos falado isso antes, não ia ter tanta graça.

Você considera esse filme uma evolução da primeira história ou vai ser basicamente a mesma coisa?

TP: Eu acho que tudo ficou um pouco mais ampliado. Ainda parece real e esse é o objetivo em todas as minhas comédias.

Zach, como você está se sentindo com a cabeça raspada?

Zach Galifianakis: Bem...

TP: Eles olham para mim antes de responder.

Você pode nos contar quem raspou seu cabelo?

ZG: Não. Espera, você está perguntando no contexto do filme?

Sim.

ZG: Então, não.

Você vai ter que esconder a cabeça raspada quando sair para a rua?

ZG: Eu não acho que vá aparecer alguém me pentelhando em público sobre isso.

TP: Mas essa é uma boa pergunta.

ZG: É uma boa pergunta.

TP: Na verdade, ele vai começar a fazer junkets de Um Parto de Viagem e a careca não é algo que queremos revelar à imprensa agora. Nós temos uma peruca porque não rodamos o filme na ordem, então a maioria do tempo preferimos que ele seja visto com a peruca.

EH: Mas agora todos já sabem.

TP: Não sabem, não. Os jornalistas concordaram em não dizer nada.

Mas vai rolar um rumor de que ele está usando uma peruca...

TP: Mas isso vai aparecer mais pra frente, quando já existirem trailers e tudo já vai estar na Internet.

EH: Por isso que eu estava tão defensivo antes.

Ed, essa é a primeira vez que você faz uma entrevista de cueca?

EH: Não. Vocês já deveriam saber dessas coisas. Toda vez que fazemos entrevistas por telefone eu estou de cueca.

Você se sente confortável vestido assim em público?

EH: Eu estou vestido assim desde o começo do dia. Vocês são uma audiência muito menor do que aquela que eu espero para esse filme. Por que eu deveria me sentir envergonhado?

O que vocês mais esperam e mais temem quando filmarem na Tailândia?

ZG: Eu não sei. Ir para um lugar exótico já vai ser divertido, especialmente com esse filme e esse elenco. Todd achou um lugar onde o perigo realmente existe, então eu acho que esse elemento vai ajudar o filme.

BC: A maior parte do primeiro filme foi rodada em Las Vegas e isso foi muito bom para o filme, é por isso que eu não vejo a hora de ir para Bangcoc. Acho que Vegas foi um dos personagens do filme e Bangcoc vai substitui-la.

EH: O engraçado de rodar em Vegas é que todos já sabem mais ou menos como é o lugar, todos fazemos associações e têm expectativas de como as pessoas se comportam lá. Na Tailândia, em Bangcoc, tudo é novo e emocionante - pelo menos para mim. Eu nunca fui para lá, então acho que vamos meio que descobrir a cidade.

BC: É geograficamente bem longe.

TP: Eu acho que vocês vão sentir isso no filme também; que os atores não têm a segurança que tinham por já conhecer Vegas. Acho que o que Ed acabou de dizer está certo; há um elemento de emoção que vem com esses três caras quando você os vê andando nas ruas de Bangcoc, sabendo que eles estão completamente fora da zona de conforto deles. Isso é algo que Bangcoc adiciona à ideia de Se Beber, Não Case!.

Vai ter alguma ponta surpresa, assim como Mike Tyson no primeiro filme?

TP: Sim, temos algumas. Essas nós definitivamente queremos manter em segredo, mas temos algumas coisas bem divertidas, uma ou duas pontas engraçadas que as pessoas vão curtir bastante.

E o bebê? Ele vai voltar?

TP: Não, não. O bebê morreu. Brincadeira - mas o bebê não tem papel em Se Beber, Não Case! II.

As pessoas já sabem o que esperar de uma despedida de solteiro em Vegas. Você acha que a audiência pode ter dificuldade em aceitar a Tailândia?

TP: Mais uma vez, é Bangcoc. Eu não acho que as pessoas já vivenciaram Vegas da forma que esses caras o fizeram no primeiro filme, então eu acho que é isso que eles realmente querem. Eu não acho que eles querem alguma coisa dentro da zona de conforto deles quando se trata de Se Beber, Não Case!. Na verdade, não conhecer a Tailândia pode adicionar muito ao filme.

Avisaram vocês de alguma coisa em termos do que esperar de Bangcoc?

TP: Eu já fui pra lá algumas vezes, mas eles ainda não foram. Estou bem animado para filmar, mas ninguém nos avisou de nada. No final das contas, quando você diz as palavras Las Vegas, elas significam alguma coisa. Quando estávamos falando sobre onde podíamos rodar a sequência, eu queria achar um lugar que significasse alguma coisa. Pensamos em Nova York, mas isso não significa muito. É bem geral, uma cidade ampla culturalmente falando. Quando se diz a palavra Bangcoc, ela significa algo para mim.

Você pretende usar coisas mais adultas do que no primeiro?

TP: Ainda é uma comédia de estúdio. Não estamos fazendo Apocalypse Now mas, assim como no primeiro filme, muito da comédia vem de momentos estranhos. Não estamos nos esquivando dessas coisas, mas não vai ser intencionalmente mais sombrio. Não deixe que o visual deste set te engane.

Se Beber, Não Case! Parte II estreia no Brasil no dia 27 de maio.

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